Setor segurador resistiu à crise e ajudou a eliminar efeitos negativos

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O setor segurador, no período mais conturbado da crise para o setor financeiro, “conseguiu resistir, contribuindo inclusivamente para mitigar os efeitos pró-cíclicos que se faziam sentir no sistema financeiro”, diz o presidente da ASF –Autoridade de Supervisão de Seguros de Fundos de Pensões, José Figueiredo Almaça.

Segundo aquele responsável, que falava ontem na conferência de apresentação pública dos relatórios anuais sobre as áreas prudencial e comportamental do setor segurador e de fundos de pensões, “a crise pela qual temos passado ao longo dos últimos anos afetou naturalmente o setor segurador, mas com menor impacto sistémico comparativamente a outros setores económicos, o que se deve às características próprias do seu modelo de negocio que alguns teimam em não entender”.

José Figueiredo Almaça considera que o setor mostrou “ser robusto e solvente, cumprindo com as suas responsabilidades perante os tomadores de seguros, os beneficiários e os terceiros lesados, sem ter tido necessidade de recorrer a ajudas públicas”. E diz que os números de 2014 “evidenciam alguns sinais positivos, e estamos certos que serão consolidados em 2015. O setor trabalha para acompanhar e dinamizar a recuperação económica do país que já se vem verificando”.

Os resultados líquidos das seguradoras portuguesas aumentaram 68% no primeiro semestre, face ao período homólogo, para 432 milhões de euros, segundo os dados divulgados pela ASF. A maior parte das empresas do setor segurador terminaram a primeira metade do ano com resultados positivos. Apenas 10 em 47 empresas é que não conseguiram alcançar um balanço positivo.

No que concerne à atividade dos fundos de pensões, as contribuições efetuadas nos primeiros seis meses do ano ascenderam a 380 milhões de euros, elevando o total de ativos sobre gestão para próximo dos 18 mil milhões de euros, reforçando a sua relevância como sistema complementar de reforma.

A função desempenhada pelas empresas de seguros e pelos fundos de pensões, enquanto grandes investidores institucionais, “tem contribuído sobremaneira para a salvaguarda da estabilidade financeira. A esse respeito, refira-se que o investimento em dívida pública nacional – que no final de 2014 se situava próximo dos 10 mil milhões de euros – aumentou no primeiro semestre em cerca de 10%”, frisa José Figueiredo Almaça.

Para o presidente da ASF, os próximos anos “estão marcados por um conjunto de desafios que pautarão de forma decisiva o futuro do setor segurador. O principal destaque vai para o culminar do processo de adaptação do regime Solvência II, incluído recentemente no ordenamento jurídico nacional”. Este novo regime, que entrará em vigor no dia 1 de Janeiro de 2016, mudará todo o quadro de regulação e de supervisão aplicável às seguradoras com sede em Portugal.

(Notícia extraída de OJE)

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